Foi distribuído na feira de Frankfurt , na Alemanha, um livro, um tanto polêmico, chamado Ponte dos sonhos, organizado pela escritora e poetisa Izabelle Valladares.
Contistas, cronistas e poetas brasileiros, alguns iniciantes e outros profissionais já conhecidos no meio literário, o que na minha opinião, é um ato de grande coragem, pois os mais experientes sempre se acham profissionais demais para dividir o mesmo espaço com iniciantes, o que não funciona bem desta forma.
Quando comecei a ler o livro, que é um livro confeccionado pela gráfica Anjo, sob a edição da própria organizadora, achei que encontraria poesias simple e contos e crônicas sem critérios de avaliação, mas o que encontrei foi uma obra de temas livres, leves, de dinâmica de fácil entendimento e poesias livres cheias de estilo e sensibilidade , fazendo o que muitas vezes o governo não é capaz de fazer, exportar a verdadeira veia artística brasileira.
Se olharmos o livro pelo parâmetro gramático, vamos encontrar algumas falhas, mas nada que comprometa o trabalho dos artistas ou da organização, principalmente, sendo este o primeiro trabalho e tendo sido organizado sob forte pressão crítica e da mídia, á organizadora, mas se olharmos o livro no parâmetro qualidade artística, vamos encontrar uma vasta lista de poetas e escritores de primeira qualidade que foram "garimpados" pela organização, e organizados de forma a levar ao leitor um livro "raro", sem fazer julgamentos ou citar nomes, todos os autores da obra estão de parabéns, belíssimos trabalhos que nos transportam a sensibilidade de cada artista e de cada poema.
Falando de poesias, existem parametros criados e o mundo poético é dividido em estilos. Julgam-se poemas de boa qualidade aqueles que atendem a exigência criada por estes estudiosos. Nela são considerados vários fatores, inclusive, rima, língua culta e muitas outras.
A poesia sem estilo (que não se encaixe em sonetos, e outros estilos), ou seja, que não tenha qualquer estilo pré concebido, é a poesia livre. Aquela que viaja apenas pela descrição de um sentimento que nos invade e nos faz escrever, como se conseguissemos perpetuar um momento ou pensamento que julgamos nos sufocar, seja de alegria, tristeza, paixão, amor ou apatia.
Esse tipo de prosa poética não tem regras, e por isso, não há como julgá-la. É como julgar o poeta, e cada pessoa é um ser único, não pode existir uma única maneira de ver á tudo e a todos.
Parabéns aos participantes desta maravilhosa obra e a escritora izabelle Valladares , não só pela criação deste trabalho, mas, pela persistência no mesmo, que muitos outros possam vir a encantar leitores do mundo inteiro.
Lúcia Fakouri